quinta-feira, 9 de abril de 2015

Deixa que a maré vaze

 
 
Deixa que a maré vaze

para que mostre os relevos da terra

onde a vida encalha

como um barco sedento de oceano

entre nervuras onde tentamos

planar

sem asas, sem remos

simplesmente, respirar...

  
Deixa que a maré vaze

e no espelho das águas

sejamos reais

como o amor liberto do fulgor

entre margens onde juramos

tentar

sem egos, sem máscaras

simplesmente, respirar...

  
Deixa que a maré vaze

despudorada de palavras

onde a alegria renasça

como memória relembrada

entre tempos celebrados

voltar

sem medos, sem amarras

simplesmente, respirar...

© Cristina Fernandes
foto: Nuno Viana


4 comentários:

Manuel Veiga disse...

para além da espuma de dos dias...

muito belo

beijo

Graça Pires disse...

Continuo a gostar daquilo que escreves.
Um beijo.

tb disse...

Respirar a alegria de viver. Gostei muito, Cristina.
um beijo, amiga.

Reflexos e Sinais da Alma disse...

"Simplesmente Respirar ... "
Excelente Poema e cheio de sentido ...
Por aqui passei e deixo-lhe um abraço .