Foi no Inverno
Que paraste o tempo
O sabor salgado
Do mesmo olhar
Selado nas ondas
Crispadas do mar
Foi no Inverno
Que incendiaste o gelo
Do eterno momento
Nas gotas velejadas
Sulcadas na pele
De marés naufragadas
Foi no Inverno
Que desenhaste na tela
As aves mais frágeis
Que povoam o éter
De passados presentes
Dum sonho a renascer
© Cristina Fernandes
foto: Nuno Viana
foto: Nuno Viana