terça-feira, 17 de dezembro de 2013

e o amor... (aqui tão perto)

 
 abrimos no coração um precedente
decorrente dos trilhos do lume
incêndio duma só luz densa e quente
que cresce num caudal inocente

guardamos nas margens incendiadas
uma selva incandescente de loucura

amor sem cura entre raízes sagradas
voracidades que ateiam madrugadas

crescemos na contraluz do verão
reconhecendo o respirar fustigado
paragem incerta dum só coração
suco milenar do teu beijo pagão

sonhamos nesse recanto encantado
com o eco que eclode no firmamento
sereno e perene... eternizado
depois do medo resgatado...

e o amor... (aqui tão perto)
 
 

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Conversas à Luz das Velas - FADO

 
No próximo dia 12 de Dezembro, às 21h, na Biblioteca dos Coruchéus - Alvalade - Lisboa, mais uma sessão das "Conversas à Luz das Velas", desta vez dedicada ao tema: FADO.
 
https://www.facebook.com/pages/Conversas-%C3%A0-Luz-das-Velas/214099078759383



https://www.youtube.com/watch?v=7SY03MLTlDQ
 

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Conversas à Luz das Velas - TEJO

"Conversas à luz das Velas" - 14 de Novembro (5ª feira) , às 21h - na Biblioteca Municipal dos Coruchéus - Alvalade - Lisboa.
Esta sessão será dedicada ao TEJO, e contaremos com a presença da poetisa Licínia Quitério, o pintor Pedro Nunes e o músico Paulo Sanches.

https://www.facebook.com/pages/Conversas-%C3%A0-Luz-das-Velas/214099078759383
 

terça-feira, 29 de outubro de 2013

elos do tempo...


houve um tempo,
que cortei a margem acesa
na sombra rugosa da manhã
como quem se confessa
aos sulcos duma esperança vã
 
e nesse tempo,
fundeei-me no negro oceano
onde derrubei tempestades
dum litoral de fogo insano
soprado entre orfandades
 
prossegui,
numa senda sem regresso
provei o sabor da devastação
do velho continente submerso
onde deixei preso o coração
 
depois... percebi,
que na luz desse território
fui água livre que deixou eco
lastro dum tempo migratório
onde o fim toca o (re)começo
 
e hoje,
sei da aprendizagem da dor
laminada no corte certeiro
da raiz crescente em flor
amor reencontrado inteiro
 

© Cristina Fernandes
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foto: Francisco Navarro
https://www.facebook.com/FrankNavarroFotografia
 

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Conversas à Luz das Velas

 
 
 
No próximo dia 17 de Outubro, estreiam as  "CONVERSAS À LUZ DAS VELAS", numa
parceria de Ana Almerum e Cristina Fernandes. 
 
Neste primeiro ciclo iremos conversar sobre LISBOA, numa trilogia que denominamos: LUZ, TEJO E FADO.
 
Os três primeiro encontros já estão agendados, e serão realizados na Biblioteca Municipal dos Coruchéus, em Alvalade - Lisboa.
 
 
"Conversas à Luz das Velas" é um projecto que visa despertar, difundir e aprofundar o deleite pelas diferentes áreas das artes.
Sob o pretexto da literatura, conversamos sobre poesia, pintura, escultura, fotografia, música, cinema, teatro... e, todas as envolvências tocantes à fusão das várias imagens artísticas, pela voz dos nossos convidados.
Aproximar a população do bairro, disseminando o interesse pela leitura e difundindo os vários trajectos que a arte pode abordar, em conversas com amigos é o propósito primeiro. De forma livre e descontraída, vamos procurar, em conjunto (nós e vós), desafiar caminhos que povoem o conhecimento e a intuição humana, de forma a abrir novas portas ao pensamento.
Vem conversar connosco e com os nossos convidados à luz das velas!
 

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Sabes do tempo...

 
 
Sabes do tempo que fizemos nosso
entre margens líquidas de marés
que rebentavam ao entardecer
do lado certo duma só respiração
onde deixei guardado o coração

Sabes do tempo que queremos

mitigado entre pérolas lunares
rumo certo no fulgor clandestino
dum só voo da ave encantada
que rasga a cor da madrugada

Sabes do tempo perdido no tempo
mareante entre sinais decifrados
do outro lado do destino solar
brilho crescente nessa ermida
religada ao sentido da vida...



© Cristina Fernandes
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foto: Francisco Navarro
https://www.facebook.com/FrankNavarroFotografia

 

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

seara azul

 
 
 
abre-se a luz à longura do olhar
consentindo murmúrios na planura
da seara azul - maré de encantar
velho sonho perfilado de ternura

presinto nas vagas a sede
fundeada em memórias glaciares
novo momento que antecede
o chegar dum tempo sem lugares
 
avisto neste voo a transparência
da manhã aportada à madrugada
onde ouso tocar a confluência
na margem secreta iluminada

embarco nas raízes do sentir
nos teus braços a naufragar
amor que já não sei fingir
da vontade de te ver chegar
 

© Cristina Fernandes
 
 

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Resgatada




Resgatada
Dos temporais que me lapidaram a alma
Das fogueiras de brumas exiladas ao luar
Dos silêncios sulcados nos poros do mar
Das flores quebradas no caudal do olhar

Resgatada
Dos becos despovoados de ternura
Das feridas confidentes da esperança
Dos labirintos onde a morte perdura
Das tribunas insanes de vingança

Resgatada
Dos braços exaustos da madrugada
Das rotas ofuscantes sem memória
Dos ventos fundeados em rajada
Das aves decifradas sem história

Resgatada
Dos caudais dum só mar em chamas
Das súplicas das mãos na voz do luar
Dos templos de areia levados pelo mar
Das sombras crescentes no meu olhar
 

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Olhares Fotográficos


A fotografia é a poesia da imagem... alguém o disse...
aqui fica o registo duma outra das minhas paixões, depois de poesia...

1º Encontro Olhares Fotográficos: 7/7/2013 - Belém.

quarta-feira, 19 de junho de 2013

simples...






simples...

é o olhar herdado do tempo

exausto de silêncios purpurinos

onde a alma ferida se liberta

em sais flutuantes sem destino,

e nas terras eivadas de sal

és foto no meu madrigal

grafia de sentires peregrinos

imagem contrastada,

apaixonada nesse além Tejo,

náufraga no teu beijo fogoso

onde liberto tudo que vejo,

terra arável em naufrágios

de outros tempos religados,

na tua pele - velhos presságios

plantados nas raízes do mar,

velha planície do teu olhar

que rasga o voo das gaivotas

esperadas no interior da terra

de outras águas devotas...

onde se acendem relâmpagos

férteis na erupção da luz

pele de trigo que me seduz...

e sulco crepúsculos lunares

circulares ao regressar

dentro de ti sem pensar

à minha terrra Andaluz...

madrugada entre estrelas,

ancorada na liberdade solar

onde acendemos luas

de encantar...

vem... sem medo

de amar...



© Cristina Fernandes
https://www.facebook.com/OMomentoCertoPoesia
foto: Francisco Navarro

https://www.facebook.com/FrankNavarroFotografia



terça-feira, 11 de junho de 2013

Audaz Fantasia


Foi lançado no passado dia 26 de Maio no Museu João Mário, em Alenquer, a antologia de poesia "Audaz Fantasia". Por cada exemplar vendido, dois euros revertem para a associação Mithós Associação Apoio Multideficiência.

Quando a vida nos dá motivos para sorrir... 



terça-feira, 28 de maio de 2013

Poesia: "Janelas do Fado"

No próximo dia 30 de Maio, pelas 20h00 estarei presente no restaurante "Janelas do Fado", em Matosinhos, para mais um encontro do "Fado e Poesia"... estão todos convidados, pois a "poesia é esse acontecer constante..."

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Profundas são as águas

   
Profundas são as águas
cúmplices no resgate das pedras
adormecidas na súplica aflorada
dos ecos etéreos da madrugada

Profundas são as águas
ébrias no desaguar dos luares
porosos de sentires amordaçados
suspensos em céus sombreados

Profundas são as águas
arqueadas no grito surdo do tempo
de velhos silêncios mareantes
audíveis nas estrelas errantes

Profundas são as águas
no sonho sem chão – tentação
de beber a candura reencontrada
no crepúsculo da paz esperada
 

© Cristina Fernandes
https://www.facebook.com/OMomentoCertoPoesia
foto: Francisco Navarro
https://www.facebook.com/FrankNavarroFotografia
 

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Só existe poesia porque existe o Amor e a Morte...


No próximo dia 9 de Maio, pelas 21h30 estarei no "Zazou - Bazar e Café" em Lisboa, para mais uma tertúlia poética. Em parceria com Samuel Pimenta, um dos oito premiados do Prémio Jovens Criadores 2012 na vertente de Literatura, ficaremos a aguardar pela vossa presença.

Sob o tema
"SÓ EXISTE POESIA PORQUE EXISTE O AMOR E A MORTE", iremos partilhar poesia e sentires...

Desde a poesia à prosa, as palavras encontram-se no "Zazou" para degustação de quinze em quinze dias, convidando todos a participar através da partilha de ideias e textos. Tragam também textos vossos, ou que gostem muito, e venham degustar palavras... entre sentires poéticos...



sábado, 27 de abril de 2013

"Inquietações", de Joel Lira


Dia 27 de Abril, às 15h00 na Sociedade Democrática Timbre Seixalense - Seixal, apresentação do 6º livro de Joel Lira, que tive o prazer e a honra de prefaciar.

Aqui fica um breve excerto do início do mesmo:


Há na poesia de Joel Lira um inconformismo permanente, de quem não se deixa domar pelo cursar do rio, por vezes agreste, onde aflui o desaguar mareante no mar da vida. Este sexto rebento literário é exemplo exponencial dessa procura incessante, dum tempo em que interpela o destino, fixando o olhar liberto e aceso nos ponteiros sem descanso dum relógio implacável, num movimento ora sincrónico, ora anacrónico, mas sempre embutido numa procura inquietante que assalta a sua alma de poeta.
   
As palavras respiram num ritmo ondulante, lancinante, na pungência do primeiro ao último poema, como um exercício de reflexão para cada um de nós, do sentido da vida na sua transitoriedade dita terrena, do que deixamos (ou não deixamos) aquando da partida. 

No coração pulsa-lhe a poesia quando rasga a ardência das palavras reinventadas, como um grito que anseia a luz, essa claridade do primeiro momento não guardado na memória, esse amor inicial e maternal, esse querer em forma de compromisso, de sorriso encantado de menino, da vontade sonhada de criança. Esse é o elo que liga o primeiro ao último poema, como um fio subtil e umbilical. Se por um lado, o primeiro poema “Testamento” reflecte o momento da partida, bafejado por uma sábia ironia, o último “Agradecimento” refugia-se na simplicidade do verdadeiro saber, do regresso às origens, à água intra-uterina, ao micro-cosmos da verdadeira dimensão humana.

                                                                                                                         
©  Cristina Fernandes  

(continua) ...

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Rádio Popular FM


Dia 5 de Abril, entre as 21h e 23h, estarei presente em directo no programa "Amantes da Poesia", na Rádio Popular FM, em 90.9 MHz.




quarta-feira, 6 de março de 2013

"Dizer Poesia", na RDP Internacional - Março 2013


 https://soundcloud.com/isabelabranco/128-programa-cristina


"Dizer Poesia"  

 um programa de Isabel Branco
na RDP Internacional 
  às 3ªs feiras (entre as 03.15h e as 03.30 h e às 22.45h) e 6ªs (às 00.30h) -

128º Programa (05 e 08.03.2013), com : 
Cristina Fernandes

Poemas:
  Translúcida
Ecos do Mar...  
 Meu - Sei-nos


quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Voo indomável...

 
Há um voo que se espraia no destino
da ave que arrisca o rasgo eterno
e sobrevoa a planície num só hino
ao desfolhar as sombras do inverno

Nessa vontade de sul ergue-se a voz
o cântico ansiado no ventre do estio
sabor inquieto desta paixão feroz
seara crescente do luar em pousio

Na rota sem morada cresce a sede
arde na margem do lastro indecifrável
trespassado neste voo que antecede

o culminar da chegada indomável
entre agruras do frio que se despede
num novo raiar de luz inquebrável...

 


Cristina Fernandes
foto: Francisco Navarro
https://www.facebook.com/FrankNavarroFotografias

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

ecos do mar...



aquieto o rubro fulgor do outro lado do mar
espaço sem tempo que acende poentes
renascidos no regresso da vaga ao aflorar
velhos deltas dos mesmos rios confluentes

escrevo nesse ondular despido de terra
silêncio planado no segredo do desejo
onde crescem rosas salgadas – almejadas
ao teu olhar brilhante onde me revejo

cresce uma luz frondosa no teu rosto
que ilumina a margem acesa da esperança
sombreada entre murmúrios embalados
no inaudível sonho mareante de criança

evoco o eco do mar no poema crescente
recôndito na memória do mesmo mar
e em ti (re)encontro o mesmo afluente
da água inquieta que não quero domar…

 

foto: Francisco Navarro
https://www.facebook.com/FrankNavarroFotografias