terça-feira, 19 de abril de 2011

Nas tuas Mãos


Nas tuas Mãos
corre um rio arqueado em delta maior
onde crepitam mil margens angulares
na lareira intensa dos nossos olhares

Nas tuas Mãos
cresce um tempo soletrado no silêncio
de luares profanados por esta paixão
na terra ancorada dessa tua razão

Nas tuas Mãos
soltam-se asas de anjos flutuantes
envolvidos nas voltas da madrugada
e a lua amanhece cheia de luz salgada

Nas tuas Mãos 
desaguam sonhos como nascentes
fontes sedentas no ventre dos cristais
respirações etéreas como vendavais

Nas tuas Mãos
reconheço a profecia confessada
na voz do mar ao chegar 
à foz do verbo aMar...