envolta na margem do teu corpo
decifro a sombra alvorada de luz
e acendo a palavra inconfessada
fímbria dum respirar que seduz
reconheço na mesma respiração
o sopro quente do deserto molhado
provado na inversão deste chão
céu rubro do velho mar indomado
repouso no eco da tua assonância
o fulgor da vogal que me desperta
na profunda madrugada entoada
silenciada na paz da minha infância
e na tua pele revejo a porta certa
duma chave em nós reencontrada
(para a minha luz "especial"...
que me inspira há quase sete meses...)
que me inspira há quase sete meses...)
Imagem: Joma Sipe, in "Mayab"