Abrigo-me nas raízes cúmplices da memória
sábias de sentires amordaçados, quebrados
entre estilhaços desintegrados na história
onde pintei cores de sonhos deslumbrados
Aquieto-me nos silêncios vagueantes
mitigando mil olhares, unos, seculares...
entre trilhos profusos, mares cortantes
emparedados no eco de outros lugares
Aceito-me na convergência da luz
múltipla, divergente nas rochas oriundas
dum tempo líquido, memória andaluz
onde reencontrei as cores mais profundas
Abandono-me no interior das mãos côncavas
receptivas à vida que renasce e cresce
entre pérolas geradas sem dor, sonhadas
esculpidas na raiz em flor que floresce
© Cristina Fernandeshttps://www.facebook.com/OMomentoCertoPoesia
foto: Francisco Navarrohttps://www.facebook.com/FrankNavarroFotografia