sexta-feira, 14 de maio de 2010

beijo



o Sol embala a noite num cântico de luz
quando  juntos dedilhamos a madrugada,
num bailado em teus braços que seduz
a translúcida alvorada da tua chegada

a Lua rodopia num tempo fragmentado
inteiro nas tuas mãos como folhagem,
e desfolhas em mim um sabor sagrado
dum rio que procura tocar a  margem

resvalo nas escarpas verdejantes
floresta tão certa do teu olhar
transparência deste novo mar

colorimos o céu como amantes
demorada pintura ao acordar
do teu beijo no meu serenar

domingo, 2 de maio de 2010

aconteces-(Me)


aconteces-me
por dentro da verdade eterna
de ternos sossegos – inquietude
quieta neste anoitecer orado
oração coroada dos teus braços
em mim

aconteces-me
do outro lado da dor consentida
reconhecida e consertada
neste desconserto de amar
submergida planície que guardas
em ti

aconteces-me
quando as tuas mãos laçam as minhas
luz no Éter dum bailado azulado
e abrem laços de ternura serena
quando sobrevoamos as margens
em nós




..."só existe poesia porque existe o Amor e a Morte..." - disseste-me há um mês… no primeiro momento que os meus olhos tocaram os teus… reconheci-te quando atravessei a estrada dentro do sorriso que ainda não sabia ser teu… um mês depois, sei e sei-te…
(re) encontro no meio desta vida… e o vento ruidoso sopra lá fora entre jornais e cobardias...  mas não quero saber o que tentei saber num outro "Momento Certo"...  hoje,  em mim sopra uma brisa suave, livre como o teu olhar vestido de verdes imensos… inspirada dentro das noites infiltradas do teu odor respirado… filtro que começo a quebrar só para ti... (02-04-2010 / 02-05-2010)