para que mostre os relevos da terra
onde a vida encalha
como um barco sedento de oceano
entre nervuras onde tentamos
planar
sem asas, sem remos
simplesmente, respirar...
Deixa que a maré vaze
e no espelho das águas
sejamos reais
como o amor liberto do fulgor
entre margens onde juramos
tentar
sem egos, sem máscaras
simplesmente, respirar...
Deixa que a maré vaze
despudorada de palavras
onde a alegria renasça
como memória relembrada
entre tempos celebrados
voltar
sem medos, sem amarras
simplesmente, respirar...
© Cristina Fernandes
foto: Nuno Viana