sabemos
das âncoras resgatadas do fundo do mar
das dormências acordadas ao regressar
das âncoras resgatadas do fundo do mar
das dormências acordadas ao regressar
a esse local de prelúdios entrelaçados
altar de nós que já sabemos desatar
sabemos
dos sussurros da lua que guarda o céu
das vozes dum templo magistral e ateu
onde desenhamos o perfil da planície
recolhida no mesmo olhar sem véu
sabemos
do silêncio das pedras quebráveis
dos ecos dos desertos aráveis
das pérolas que nasceram da dor
de tantas vidas vividas e tocáveis
sabemos
do sentido das águas
contidas no olhar
ao regressar...
altar de nós que já sabemos desatar
sabemos
dos sussurros da lua que guarda o céu
das vozes dum templo magistral e ateu
onde desenhamos o perfil da planície
recolhida no mesmo olhar sem véu
sabemos
do silêncio das pedras quebráveis
dos ecos dos desertos aráveis
das pérolas que nasceram da dor
de tantas vidas vividas e tocáveis
sabemos
do sentido das águas
contidas no olhar
ao regressar...
© Cristina Fernandes
foto: Francisco Navarro