Dia 27 de Abril, às 15h00 na Sociedade Democrática Timbre Seixalense - Seixal, apresentação do 6º livro de Joel Lira, que tive o prazer e a honra de prefaciar.
Aqui fica um breve excerto do início do mesmo:
Há na poesia de Joel Lira um inconformismo permanente, de
quem não se deixa domar pelo cursar do rio, por vezes agreste, onde aflui o
desaguar mareante no mar da vida. Este sexto rebento literário é exemplo
exponencial dessa procura incessante, dum tempo em que interpela o destino,
fixando o olhar liberto e aceso nos ponteiros sem descanso dum relógio
implacável, num movimento ora sincrónico, ora anacrónico, mas sempre embutido
numa procura inquietante que assalta a sua alma de poeta.
As palavras respiram num ritmo ondulante, lancinante, na
pungência do primeiro ao último poema, como um exercício de reflexão para cada
um de nós, do sentido da vida na sua transitoriedade dita terrena, do que
deixamos (ou não deixamos) aquando da partida.
No coração pulsa-lhe a poesia quando rasga a ardência das
palavras reinventadas, como um grito que anseia a luz, essa claridade do
primeiro momento não guardado na memória, esse amor inicial e maternal, esse
querer em forma de compromisso, de sorriso encantado de menino, da vontade
sonhada de criança. Esse é o elo que liga o primeiro ao último poema, como um
fio subtil e umbilical. Se por um lado, o primeiro poema “Testamento” reflecte
o momento da partida, bafejado por uma sábia ironia, o último “Agradecimento” refugia-se
na simplicidade do verdadeiro saber, do regresso às origens, à água
intra-uterina, ao micro-cosmos da verdadeira dimensão humana.
© Cristina Fernandes
(continua) ...
© Cristina Fernandes
(continua) ...
2 comentários:
Seixal, terra de poetas - como se verifica ... rss
o teu texto abre o "apetite" para o livro. que desejo conhceer.
beijo
Hello. And Bye.
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