Há um voo que se espraia no destino
da ave que arrisca o rasgo eterno
e sobrevoa a planície num só hino
ao desfolhar as sombras do inverno
Nessa vontade de sul ergue-se a voz
o cântico ansiado no ventre do estio
sabor inquieto desta paixão feroz
seara crescente do luar em pousio
Na rota sem morada cresce a sede
arde na margem do lastro indecifrável
trespassado neste voo que antecede
o culminar da chegada indomável
entre agruras do frio que se despede
num novo raiar de luz inquebrável...
Cristina Fernandes
foto: Francisco Navarro
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