Tela s/acrílico da pintora Carmo Pólvora
Há em ti
uma bruma flutuante
acordada na noite ancorada
aos umbrais da dor passada
Há em ti
um sopro envolvente
volvido em cada dia debruçado
na insónia do poeta esquivado
Há em ti
uma planície deslizante
na vontade dessa luz enfeitiçada
fundida no luar da seara dourada
Há em ti
um perfume eloquente
no desvelo do mar assolado
ao mesmo deserto salgado
Há em ti
uma terra escaldante
que procura lentamente
a água certa e confidente