terça-feira, 16 de julho de 2019

Dedilho nas cordas da tua voz



Dedilho nas cordas da tua voz
Os laços que nos laçam
Numa luz imponderável
Racionalizada no coração
Vida que flui sem intenção

Dedilho nas cordas da tua voz
Um poema feito poesia
Do amor que não revelamos
Mas sabemos existir
Num haver de sentir

Dedilho nas cordas da tua voz
Uma guitarra que clama
Os primórdios deste tempo
Atípico, num palco existencialista
Deste presente (ainda) revivalista

Dedilho nas cordas da tua voz
A música do olhar revelador
A prosa fundida sem memória
E na pele há um som que emana
E pulsa no sangue que não engana

Dedilho nas cordas da tua voz
As estruturas onde ainda vives
Engenharias de velhas arquitecturas
Desenhadas numa tela sem cor
E toco a tua alma sem dor


in, “ O Momento Certo “
( a publicar )
© Cristina Fernandes
foto: Cristina Fernandes


terça-feira, 2 de julho de 2019

Fusão





 No toque alquímico da tua pele escorrem desertos sedentos de água
 aves aquáticas pulsam no teu coração
 entre plumagens que encantam uma Lua ainda algemada
 alma gémea dum Mar reconhecido
 Luz duma outra cidade abandonada na sua própria ascensão 


 Ergues na espuma das águas um templo branco
 solo sagrado dum olhar que brota no canto dos pássaros
 lentamente, a Lua reconhece o seu “Karma”
 num desafio espelhado no desfiladeiro da sua própria desintegração
 como um abrir do “Dharma de Lótus”


in, “ O Momento Certo “
( a publicar )
© Cristina Fernandes
foto: Cristina Fernandes