deixa que o tempo revele o momento
desta incerteza certa que cruza o mar
até à última lápide do renascimento
sem tormento denso, deixa-te amar
deixa que a palavra liberte o vento
transparência em nós – depurada
sem águas densas, toque que tento
liberdade azul na tela cinzelada
caminhas no branco profundo
quando sinto a tua respiração
nivelada em mim, som inteiro
manhã no teu olhar oriundo
dum verde imenso em ascensão
textura perene do teu cheiro
em mim…
sorriste entre laivos feridos
e gotas guardiãs da memória,
atravessadas pela mesma dor
que um dia conheci...
deixa-me tentar
adivinhar o caminho das tuas mãos,
na espuma das noites madrugadas
entre partilhas e permissões
que começamos a (nos) permitir…
(para ti… quinze dias depois…)