domingo, 18 de abril de 2010

deixa




















deixa que o tempo revele o momento
desta incerteza certa que cruza o mar
até à última lápide do renascimento
sem tormento denso, deixa-te amar

deixa que a palavra liberte o vento
transparência em nós – depurada
sem águas densas, toque que tento
liberdade azul na tela cinzelada

caminhas no branco profundo
quando sinto a tua respiração
nivelada em mim, som inteiro

manhã no teu olhar oriundo
dum verde imenso em ascensão
textura perene do teu cheiro

em mim…



sorriste entre laivos feridos
e gotas guardiãs da memória,
atravessadas pela mesma dor 
que um dia conheci...
deixa-me tentar
adivinhar o caminho das tuas mãos,
na espuma das noites madrugadas
entre partilhas e permissões
que começamos a (nos) permitir…

(para ti… quinze dias depois…)

sábado, 10 de abril de 2010

Aprendo-(Te)


Aprendo-te mas não te prendo
Na aprendizagem vivenciada
Do tempo ainda breve crescendo
Das tuas mãos a cada chegada

Aprendo-te no verde do olhar
Maduro em ti, estranha surpresa
Do pouco que sei – sabendo-te
Ferida que guardo ainda ilesa

Falas do círculo subtil do meu olhar
Entre o castanho e o verde profundo
Quando planas dentro de mim sem fim

Breve ainda é o tempo deste novo mar
Que desagua na terra a cada segundo
Talvez sejas tu – o outro lado de mim



Ainda não sei do oásis que descobri no meio do meu deserto, talvez… 
ainda não sei, mas quero saber-(Te)...
uma semana depois…
talvez a Lua saiba de Nós, ainda sem nós...


(será que as palmas foram para nós?)