sexta-feira, 27 de junho de 2014

Sensato é o tempo...


Sensato é o tempo que alonga as sombras
Na cadência tardia das horas côncavas
Dádiva duma era maior transbordante
Na vida cósmica gerada a cada instante...
 
Passos que tocam o silêncio dos céus
Entre raízes líquidas desenham vitrais
Decifrados nos caminhos revisitados
Dormência de tantos mares religados

Libertação ambígua dos poros da luz
Que irradiam seduções fustigadas
Nos corpos etéreos ao entardecer
Tardando o brilho lunar acontecer

Sensato é o tempo que ladeia o olhar
O brilho da alma que teima em ficar
Inscrita nos sulcos das ondas do mar
Escrita que desagua num só planar...
 
 

quarta-feira, 18 de junho de 2014

Amor do meu olhar (indecifrável, inconfessado, irrevelado)


Encontramos no silêncio
A linha eterna do tempo
Amor indecifrável do olhar
Onde navegamos sem amarras
Ondulando no espaço aberto
Unindo margens navegáveis
De velhos desertos ancorados
Nos passos incertos marginados

Percorremos as brumas densas
Maduras de vidas milenares
Amor inconfessado do olhar
Onde mitigamos cores sonhadas
No brilho das estrelas iniciais
Permitidas nas noites siderais
De velhas planícies revisitadas
Na luz certa das madrugadas

Navegamos sem destino
Sabendo certo o rumo do sul
Amor irrevelado do olhar
Onde crescem memórias acesas
No lume da era primordial
Perene e inerte aos sinais
De velhos templos sagrados
Nos momentos certos iniciados



© Cristina Fernandeshttps://www.facebook.com/OMomentoCertoPoesia
foto: Francisco Navarrohttps://www.facebook.com/FrankNavarroFotografia
 

quinta-feira, 12 de junho de 2014

 
 
Dia 12 de Junho às 22h, estarei numa tertúlia de poesia, no bar "Inda a Noite é Uma Criança", na Praça da Flores, nº 8 - Lisboa.
Vamos fazer da poesia uma festa!!
 

terça-feira, 3 de junho de 2014

hoje olhei as águas

hoje olhei as águas
do tempo reflectido na madrugada
deste amor indomado
algemado na dúvida da chegada

do mesmo olhar ancorado
na baía encantada

hoje olhei as águas
navegadas nos trilhos embalados
da velha luz sibilante
sussurrante entre ventos alados
intuição dum instante
na baía encantada

hoje olhei as águas
reconhecidas num beijo imortal
selado no azul rendido
perdido nesse cheiro ancestral
dum só corpo perdido
na baía encantada

hoje olhei as águas
onde dançam sombras lunares
repletas do teu olhar
navegante da terra sem lugares
quietude deste ficar
na baía encantada

do meu (a)mar...