sexta-feira, 19 de julho de 2013

Resgatada




Resgatada
Dos temporais que me lapidaram a alma
Das fogueiras de brumas exiladas ao luar
Dos silêncios sulcados nos poros do mar
Das flores quebradas no caudal do olhar

Resgatada
Dos becos despovoados de ternura
Das feridas confidentes da esperança
Dos labirintos onde a morte perdura
Das tribunas insanes de vingança

Resgatada
Dos braços exaustos da madrugada
Das rotas ofuscantes sem memória
Dos ventos fundeados em rajada
Das aves decifradas sem história

Resgatada
Dos caudais dum só mar em chamas
Das súplicas das mãos na voz do luar
Dos templos de areia levados pelo mar
Das sombras crescentes no meu olhar
 

3 comentários:

Manuel Veiga disse...

belo "resgate" - que faz explodir a Poesia.

beijo

Fernando Santos (Chana) disse...

Belo poema...Espectacular....
Cumprimentos

Mar Arável disse...

Resgatada

Tudo pelo melhor